O semáforo da minha rua

Lá embaixo, ali estão eles, parados, quietos, inertes, verdadeiras estátuas. Eu disse estátua? Impossível, inevitável controlar os movimentos incontroláveis, no que pensam? Para onde olham? O que dizem? O que ouvem? Eu não sei, mas sei que estão bem ali embaixo, enquanto eu daqui de cima, os vigio, passando lentamente, ou rapidamente, sempre, antes de parar, todos tem que parar, sempre param. Eu disse sempre? Nem sempre! Há quem quebra as regras e quando se vê, já se foi. Perigo! Um dia, pode-se não ter tanta sorte! Eu não ligo, são eles lá e eu aqui, às vezes eu olho pouco, e as vezes até de mais. Magros, altos, baixos e gordos, feios bonitos, todos passam por aqui, o dia todo e todo dia. Não se cansam! Claro que não! O sinal abriu, meus vizinhos nômades se vão, e já consigo ver os próximos, que vão ficar parados ante a mim, pelo sinal vermelho do semáforo da minha rua.

Comentários

Postar um comentário

Comente!