A imcompreendida abordagem policial
A imcompreendida abordagem policial
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Desculpem, mas talvez por ser policial militar, às vezes, fico indignado com os comentários, de alguns locutores de rádio, que talvez, por não conhecerem a técnica policial, ou por não terem suas vidas ameaçadas quando estão de serviço ou quando passeiam com suas famílias, criticam e não procuram se inteirar da veracidade e a importância da abordagem policial militar seja a pessoas ou a veículos.
Segue texto abaixo para reflexões:
O Cabo Spencer e o Soldado Tandberg realizavam radiopatrulhamento rotineiro por um bairro periférico da cidade de Salvador. Quebrando a tranqüilidade, a central de comunicações pediu atenção na rede de rádio.
- Atenção todos os postos, há cerca de dez minutos, três indivíduos armados tomaram de assalto um automóvel Peugeot de cor preta. A vítima está muito assustada e não soube fornecer a placa do veículo. A suspeita é de que os infratores tenham evadido sentido a cidade de Salvador.
Poucos segundos após a transmissão da mensagem da Central, os dois policiais avistaram um Peugeot preto em deslocamento. Seria uma simples coincidência? Coincidência ou não, era dever dos policiais abordarem o automóvel; era para isso que eles eram pagos. Recuperar o veículo violentamente subtraído por indivíduos armados era a missão que deveria ser cumprida mesmo que com o sacrifício da própria vida; os policiais não iriam prevaricar. Imediatamente comunicaram o fato na rede, pediram cobertura e iniciaram o acompanhamento. Mantiveram certa distância do automóvel até a chegada do reforço. Com a presença de mais uma viatura e, conseqüentemente, com supremacia de força e maior segurança, iniciaram os procedimentos de abordagem veicular. Momento crítico, de alto risco, no qual o policial sente o organismo ser inundado por altas doses de adrenalina, elevação do batimento cardíaco, respiração acelerada, vasoconstrição... O confronto parece próximo, e o que impera é o instinto de sobrevivência. Ligaram os giroflex e as sirenes, aproximaram do automóvel com ação vigorosa e, pelo megafone da viatura, Spencer determinou:
- Abordagem policial! Motorista do Peugeot preto, pare o veículo no acostamento!
O automóvel foi diminuindo lentamente a velocidade, até parar. Os policiais desembarcaram com rapidez, assumindo posições táticas em torno das viaturas.
- Atenção ocupantes do veículo, abram os vidros e coloquem as mãos onde eu possa vê-las! - verbalizou o Cabo Spencer. Nenhum movimento, porém, ocorreu no interior do automóvel - Abram os vidros e coloquem as mãos onde eu possa vê-las! - reiterou, dessa vez falando com mais firmeza e energia.
Um cidadão, com um movimento brusco, abriu a porta do veículo, desceu, sem colocar as mãos na cabeça, e disse, com arrogância:
- Que isso! Não precisa disso, não! Duas viaturas, sirenes... Pra que isso tudo!?
- Cidadão, coloque as mãos na cabeça! Coloque as mãos na cabeça!
- Eu vou me identificar. Precisa apontar a arma pra mim, não.
A situação, crítica por natureza, ficou ainda mais tensa. Qualquer movimento suspeito e os policiais poderiam atirar em legítima defesa putativa. O cidadão não compreendia os riscos que corria e continuou insubmisso.
- Abaixem as armas que eu não sou vagabundo, não.
- Cidadão, fique calmo e coloque as mãos na cabeça, para sua própria segurança. E não faça nenhum movimento brusco.
Contrariado, o cidadão obedeceu. Agora era trazê-lo para área de segurança.
- Cidadão, caminhe em direção da minha viatura, lentamente, e com as mãos na cabeça.
- Ah, não! Vocês já estão esculachando... Eu tô com minha esposa no carro. Eu não sou bandido, não. Pára com isso. Eu sou advogado, eu sei das minhas prerrogativas e dos meus direitos.
- Cidadão, caminhe em direção da minha viatura, devagar, e com as mãos na cabeça.
Spencer evitou entrar em bate-boca com o suspeito. Este, insatisfeito e se sentindo molestado, atendeu às determinações e caminhou até perto da viatura, onde o Soldado Tandberg iniciou a busca pessoal.
- Que isto, polícia, eu vou me identificar. Vou pegar minha carteira de advogado. Não precisa disso não que eu não sou bandido.
- Continua com a mão na cabeça! Continua com a mão na cabeça! Alguém aqui tá falando que você é bandido...? Quem mais está no carro?
- Só a minha esposa. Olha os braços dela lá pra fora da janela...
As informações do suspeito pareciam consistentes e verossímeis, mas o Cabo Spencer não seria tolo de se aproximar do carro, invadindo a área de risco pelas simples declarações de um indivíduo desconhecido. Da mesma forma como fez com o motorista, determinou que a mulher desembarcasse com as mãos na cabeça.
- Podem ficar tranqüilos. Eu sou psicóloga e sou amiga pessoal do prefeito da cidade.
- A senhora também pode ficar tranqüila. Nós somos profissionais e todos os procedimentos adotados são para sua segurança e do seu marido. Não faça nenhum movimento brusco, obedeça aos comandos verbais e não se sinta constrangida.
- Tá bom, mas não precisa apontar a arma pra mim,não.
- Senhora, eu não te conheço. Continue com as mãos na cabeça e só fale quando eu lhe perguntar.
- Aí você já está me ofendendo... Você vai me proibir de falar, é?
- Senhora, caminhe em direção da minha viatura. Se a senhora colaborar, tudo vai acabar rápido e bem.
- Tá bom, mas não precisa apontar a arma pra mim, não.
Os policiais continuaram empunhando as armas na posição de pronta resposta e, com a devida segurança e dentro das técnicas policiais, a mulher foi abordada. Em seguida, o carro foi revistado e, por fim, foi constatado que não era o automóvel tomado de assalto. Fora uma simples coincidência, mas os policias não podiam prevaricar, nem se omitir, nem menosprezar os riscos, nem desprezar a técnica.
A abordagem policial se somou a grande maioria das bem-sucedidas, mas que, por pouco, não acabou numa tragédia pela incompreensão de pessoas que clamam por segurança, mas que não querem ser incomodadas; por pessoas arrogantes, insubmissas e não-cooperativas com o trabalho policial; por pessoas que cobram proteção do Estado, mas que esquecem que segurança pública também é responsabilidade de todos.
Nota: Esta é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos reais é mera coincidência.
Segue abaixo algumas fotos de drogas e armas escondidas em veículos, clique para ampliar!
Segue abaixo algumas fotos de drogas e armas escondidas em veículos, clique para ampliar!


Não quero dizer: ótimo texto, porque já não é mais novidade não é amigo?
ResponderExcluirVou optar por dizer, excelente texto, rs.
Interessante o objetivo do texto, a reflexão sobre a abordagem policial.
Os locutores exagerem em quase tudo que falam. E erram muito.
Mas, os cidadãos em geral também tem dificuldades de entender/aceitar.
Sua ficção, simples, direta, nos leva a reflexão: quando sou a vítima,acho que tudo que fazem os policiais corretíssimo.
Quando não tenho nada a ver com o caso, e a abordagem é comigo ou com um dos meus, tudo é absurdo, abuso....
Que mudemos nossa visão, e entendamos que o policial não sabe quem está sendo abordado.
Esmeralda
RAPAZ NÃO É ABORDAGEM . A ABORDAGEM É PADRÃO PORÉM TEM POLICIAIS QUE ABUSAM DO PODER . ONTEM, EU PASSEI POR UMA ABORDAGEM FEITA PELA GEMEOS, LA NO PEDÁGIO VOLTANDO DE JAUÁ 2:00 DA MANHÃ, VÁRIOS POLICIAIS A PAISANA ABORDARAM O VEICULO E FIZERAM A BUSCA PESSOAL E NO VEICULO, TBM NADA DE ILÍCITO OU ILEGAL FOI ENCONTRADO, ALGUNS POLICIAIS DE BERMUDA PERGUNTANDO SE EU ERA POLICIA. E UM OUTRO ,QUERIA APREENDER MINHA FUNCIONAL DO PODER JUDICIÁRIO, POIS, ESTAVA VENCIDA E MINHA LANTERNA TÁTICA, POR SINAL A LANTERNA NUNCA FOI ARMA E ESTE MESMO POLICIAL ME DISSE QUE MINHA FUNCIONAL ESTAVA VENCIDA E QUE EU TERIA QUE MANDAR O JUIZ IR PEGAR NA MÃO DO MAJ WASHINGTON POIS ELE IA LEVAR EM QUE LEI DIZ QUE DOCUMENTO VENCIDO É PRA SER APREENDIDO E QUE LANTERNA É ARMA E QUE VC TEM QUE APRESENTAR PORTE OU DOCUMENTO PRA USA-LA? E DOU ENFASE: QUE NOS COLABORAMOS NO MAXIMO COM A ABORDAGEM QUE DIGO FOI PADRÃO. TINHAM APENAS 3 POLICIAIS EXALTADOS OS DEMAIS ESTAVAM TRANQUILOS SÃO ESTES QUE PASSAM A IMAGEM RUIM ,ME ENTRISTECE SABER QUE TENHO PARENTES PRAÇAS E OFICIAIS E QUE SÃO CORRETOS NO QUE FAZER E TEM ALGUNS QUE PREJUDICAM A IMAGEM DA PMBA QUE TANTO ADMIRO. NÃO OS RESPONDI COM ALTERAÇÃO APENAS ACEITEI TODAS AS MEDIDAS QUE ELES IMPUSERAM, MAS NO FIM TUDO DEU CERTO. TODOS SABEM QUE ALGUNS POLICIAIS EXAGERAM E ABUSAM DO PODER ISSO É FATO. O PODER DE PORTAR UMA ARMA MUITAS VEZES SOBE A CABEÇA DE UM SER. POREM TENHO CERTEZA QUE É UM CASO ISOLADO. E QUE A PMBA TRABALHA TODOS OS DIAS EM PROL DA SEGURANÇA PUBLICA E DO APRIMORAMENTO DOS POLICIAIS DESTA INSTITUIÇÃO PRINCIPALMENTE DA GEMEOS QUE TENHO MUITOS AMIGOS NAQUELA CIA.. SÓ PRA QUEM CONHECE LULUZINHA.. GAGO E OUTROS QUEM CONHECE SABE
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