Identidade Musical no Cenário do Pagode Baiano

Que a Bahia é um seleiro artístico isso é mais do que sabido, diversas são as produções oriundas do Estado berço do Brasil. Estado que é também conhecido por criar seus próprios estilos musicais, como fora com o Axé Music, do Chiclete com Banana, Asa de Águia, EVA entre outras, passando pelas musas da música baiana Ivete Sangalo, Cláudia Leitte, Aline Rosa, chegando no Pagode Baiano, com Harmonia do Samba, Raghatoni, Parangolé, Psirico entre outras, e mais recentemente com o Arrocha, de Nara Costa, Silvano Salles, Pablo, Caprixo entre outras.
Como bom baiano que sou, admito que curto um bom pagodão, e caio na swingueira, pagode com musicalidade, melodia, swing e simpatia, já que letra é esperar muito em muitos casos, zapeando pela internet, ouvi os mais recentes shows gravados no “Pagodão Elétrico”- evento soterapolitano, que em uma longa jornada musical reúne os principais nomes que representam o gênero, e algo me chamou a atenção, Psirico mais específicamente, a banda que já ganhou prêmio de música do Carnaval algumas vezes, Banda do Ano pela Band Folia, e que é tida como a maior banda de percussão do Brasil. Estive observando o quanto essa banda se transformou e quanto vem perdendo sua identidade musical.
Pra quem não sabe, Psirico é uma banda de pagode, criada aqui na BahiaBrasil. Psirico conta com Marcio Victor no vocal. Não sei quanto tempo de criação, mas já deve ter uns dez anos, e nesse espaço de tempo bebeu da água da cultura do afoxé, com seu álbum - MPB Macumba Popular Brasileira, renasceu com o hit Mulher Brasileira (Toda Boa), carregado pelos cantores mais prestigiados do estado, conseguiu um certo status, suas letras são geralmente um retrato da vivência da Capital Baiana, tem uma idéia de ser a “voz do Povo”, e é por isso que tem mudado tanto, por que Povo é dinâmico e mutável, não é estático, e a música transcende o objetivo comercial e precisa fazer esse diálogo, é por isso que hoje Márcio Vitor diz em seu show “Se eles roubam a cena, nós rouba o filme todo”, a linguagem da periferia que ele tanto faz questão de prestigiar.

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